domingo, 24 de fevereiro de 2013

O que foi.

"Baixei a guarda.
Tenho me permitido trocar a eternidade pelo instante.
É que você me olha como se o mundo fosse acabar nos próximos três minutos,  como se a gente não pudesse adiar nunca mais um beijo,  um toque, um cheiro.
E essa urgência vai derretendo tantas culpas, tantas razões...


Agora sei que distante o desejo castiga,
e que entre o 'certo' e o 'errado' está a vida. 

Se nossas bocas se precisam, se pode ser palpável,  se teu cheiro quer ficar em mim, então te conto todos os segredos que moram entre meu pescoço e meus seios.
São teus.
Guarda com você
Me guarda com você.
"Derretendo tantas culpas", Solange Maia.





E assim ele me tirou da minha órbita solitária e me fez vagar na imensidão da noite. Flutuei por milhares de galáxias no primeiro toque. No primeiro beijo senti o coração parar por cinco segundos inteiros. Tudo ficou pra trás e naquele momento só queríamos saber que desenho o meu vestido faria no chão. Naquele milésimo de segundo os olhos dele piscaram e me olharam com uma profundidade nunca sentida antes e eu só desejava que durasse pra sempre. 

Meu batom cravou uma tatuagem em sua nuca.
Sua mão agarrava meus cabelos como se daquilo dependesse sua vida.
Uma a uma as roupas desenharam no chão a obra de arte mais linda que já existiu.


Naquela eternidade só se sentia pele, sussurros e respirações ofegantes. Nada nem ninguém seria capaz de nos parar. Enquanto ele brincava nas minhas costas um arrepio insistia em permanecer em todo o meu corpo.


Tua língua em meu mamilo, água e sal.*

Todas as urgências gritaram ao mesmo tempo e no fim, ainda restávamos. Nós.
Existe vida depois?



*Zeca Baleiro, "Bandeira".

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Uma avenida.


Para meus companheiros de papo madrugada afora no carnaval.


Uma noite dessas de carnaval eu entendi tudo.

Quando tudo acaba temos duas opções tão simples que até parece besteira falar: acabar feio ou acabar bonito. Geralmente acaba com um mundo de perguntas não respondidas, porquês duvidosos e um vazio cheio de mágoas. Não tem que ser assim, tanto desencontro, mágoa e dor, a Sandy disse (sim, a Sandy e Junior) e eu atesto querendo ter escrito isso. Cansei de ficar elaborando teorias e assistindo o mundo e a gente mesmo cagar nos nossos corações.
Olha, eu resolvi que eu quero sempre acabar bonito.

É, eu acho que agora entendi tudo.

Eu quero lembrar daquele tempo como uma coisa boa. Com todas as cobertas, loucuras de madrugada, músicas e toda a vida compartilhada. Quero ter tudo isso sempre de uma forma bonita dentro de mim. E quero que tudo fique ainda mais bonito dentro de você. Não, não vamos enfeitar tudo e achar que foram apenas flores, borboletas e dias coloridos. Deixemos de uma forma, onde, apesar das pedras, permaneçam as lembranças boas. E eu te desejo tanta coisa bonita que não dá pra imaginar.
Eu desejo várias bocas pra você beijar.
Eu te desejo paz de espírito.
Eu desejo que você se aceite.
Eu te desejo um amor novo. Um amor velho. Ah, novo ou velho, vai saber.
Aliás, te desejo amor por todos os cantos.
Eu te desejo um mundo velho de coisas boas.
Eu desejo que um dia você entenda tudo isso e minha falta de jeito com as coisas.

E, de verdade:
Eu te desejo uma avenida enorme de alegria na sua vida.