sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nem sei se te amo.




"Baby, te amo
Nem sei se te amo."
Luiz Melodia


É mais um daqueles momentos em que conclusões amargas chegam a mim. Já vi tuas fotos um milhão de vezes. Já te amei e te odiei tanto que não sei mais o que sentir. Já procurei todos os motivos do mundo pra entender o que foi. O que ainda é. Ou o que sempre será. Se é que será.

Eu não sei de nada.

Só sei daquelas suas camisas velhas que me vestem tão bem. Sei do sol entrando na janela enquanto surpreende as nossas loucuras. Sei das nossas palavras que eternizam o que vier a sobrar.

O que foi feito de vera?

Eu não sei se devo me acabar num cigarro ou durar até a próxima vida.
Em quantas vidas mais nos encontraremos?

Vejo tudo num passado distante. Canto "te espero amor... porque tudo que tem em você vale à pena..." como se essa fosse a única verdade a que posso me agarrar.
Repeat.
Repeat.
Repeat.
Nunca tive a audácia de imaginar uma vida inteira. No máximo algumas noites. Minha cerveja se esvai e quase ouço a sua voz. Ah, eu te amo. Copacabana inteira te amaria. Os velhos, os cachorros, o bairro Peixoto, o calçadão, a areia, o mar. Eu tenho certeza que esse apartamento te amaria. O chão, a varanda da sala, o carpete, a janela, a minha cama. Eu tenho certeza de que nesse apartamento eu te amaria. Quase posso sentir o teu gosto doce. Quase posso ouvir você me renegar por ciúme.

Não, eu não te amaria. Grito, te estapeio porque o teu ciúme é demais pra mim e pra minha cabeça de mulherzinha. Te odeio por me fazer sentir a pior e a melhor cosia da sua vida. Te estapeio, te mordo. Vai, vai embora.

Me estrepo.
Prefiro você no meu ouvido e tuas sacanagens todas. Prefiro o teu olhar que diz muito mais do que qualquer palavra sua. Minha cara pra te provocar.
Afinal, love is a losing game.

Depois de tudo, eu ainda te amaria?


"Nem vá dormir como pedra
E esquecer o que foi feito de nós."
Fernando Brant e Márcio Borges.