quarta-feira, 29 de setembro de 2010

In-certezas.

Sabe o que eu queria?
Que você sentasse no meu sofá e desfiasse uma bossa nova gostosa no meu violão. A gente podia escrever na varanda vendo a vida passar enquanto fica com aquele gosto de sorvete de flocos grudado na boca. Algumas gotas de álcool, talvez.
Tempos atrás você não existia assim, mas agora chegou numa mistura de retórica e travessura que eu não aguento mais ouvir os meus lençóis chamando por você.
Eu provaria tuas cores. Teus cheiros. Teus gostos.
Tomo cuidado pra que a única ressaca que se abata sobre mim amanhã seja pelo excesso.
Obrigada por me isentar da culpa.
Minha única certeza é a de querer me perder. Com você. Em você. Ser uma das suas linhas bêbadas ou um poema sujo escrito num guardanapo qualquer.

É isso que me seduz.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Passei os dias pousando a caneta no papel
Mas nada do que foi escrito mereceu ser publicado.
Acho mais fácil assim:
os dedos no teclado, trôpegos
vomitando as palavras
Enquanto forma-se um texto mal-acabado onde não digo tudo o que quero dizer.



"Escrever é um abismo."
Fernanda Mello

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Esta semana também estou no Wordless , com tema de @BrenoMassena : "O limite do fã com seu ídolo."
Leia, comente, xingue, bata na gente, mas opine.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sempreviva

"Minha carne é de carnaval,
meu coração é igual!"
Novos Baianos


Ultimamente tenho sido inteira. Tenho sido aquelas cervejas, aquelas caipirinhas, aquele cigarrinho cretino pós-álcool com cara blasé. Aquele caminho eterno Copacabana-Lapa-Estácio. Ou aquele samba de setenta e quatro que diz "me deixe hipnotizado pra acabar de vez com essa disritmia!".

Me perco em horas inteiras de amor.

Minha cama anda mais desarrumada que o normal. Talvez seja essa minha sensação de liberdade louca que teima em não me largar. Liberdade de ser, de viver. De deixar as roupas e os copos pelo chão depois das madrugadas em claro enquanto o sol invade os olhos. Visto minhas saias curtas multicoloridas, viro boemia e deixo meu corpo à mercê da música.
Liberdade de ser, de viver.

Ando muito poeta, muito dona de mim. Ando com olhos de ressaca. Um gosto de sol, suor e samba me escorrendo pela boca. Ando à flor da pele e com aquele sorriso de quem não sente culpa.

(Talvez plenitude seja isso.)


"A vida é pra viver,
a vida é pra levar."
Toquinho e Chico Buarque


Saravá!