"Anda, vem me lumiar com sua chama
Vai anoitecer..."
Lô Borges
Vai anoitecer..."
Lô Borges
Era noite, era dia, não sabia. Não sabia a hora, não sabia se era hoje ou ontem, amanhã ou depois. Mas sabia que aqueles olhos não podiam deixar de olhá-la. Muito mais que beijos, pele na pele, arrepios e entre lençóis, ela queria mais que tudo morar naqueles olhos e passear naquele sorriso.
Ele gostava de andar por aquelas curvas e conhecer cada milímetro de pele dela, dos dois se misturarem em suor e lençóis. Mas quando olhava os olhos dela suplicando pelos olhos dele, ele sorria seu sorriso mais sincero e e desejava nunca se perder dela.
Suplicaram-se tantas e tantas vezes, eram tanto querer e tanta urgência que não saberiam dizer se um era dentro do outro ou os dois eram em um só. Eram a mesma poesia, a mesma música, choviam, lumiavam um com a chama do outro. Apossaram-se um do outro com toda vontade e de repente eram muito mais que amantes: eram tudo que há de bonito na vida, e isso bastava. Ser. Eles foram. Eram. São. Sempre serão.Conjugados em todos os tempos verbais. Mesmo que os lençóis não embolassem, que não houvesse urgência: seus olhos jamais se perderiam. E é por isso que eles foram. Eram. São. Sempre serão.