sábado, 14 de novembro de 2009

Com o coração aberto

"Some people can sleep at nightime,
believing that love is a lie.
I'm only a person like you, love,
and who in the world can be right
all the right time.
Some people never know."
Paul McCartney, por Wings


Talvez eu ande com um pouco de preguiça da vida. Ou um pouco de preguiça de mim. Logo eu que tenho um amor tão grande, amor pela vida, amor-próprio, amor transcendental. Logo eu que amo tanto, amo fácil, amo escancarado.

Aliás, ando com preguiça dessa minha mania meio sem-vergonha de amar a tudo e a todos. É que eu me encanto fácil pelas pequenas virtudes, pequenos gestos, lembranças, músicas. E essa mania inevitavelmente me leva a um status de total incompreensão pelos outros. E não me canso de afirmar que não sou para ser entendida, mas ainda insistem em tentar me decifrar.

Resultado: conclusões errôneas, rótulos equivocados. Olha, não dá. Eu sou de amar e pronto. Sou amor, carinho, gesto, toque, beijo no rosto e "eu te amo". Amo de verdade, viu? Jamais digo essas palavras em vão, amor é pra poucos. Mas eu sou pra muitos, eu sou amor, então tá tudo certo. Me deixa escrever sobre o amor que eu sinto pelas pessoas que me rodeiam sem ter medo. Me deixa amar do meu jeito sem-vergonha e sem sentido. ("Me deixa, que hoje eu tô de bobeira!").

Eu não sou de me podar, mas confesso que nem sempre é fácil viver com o coração à mostra num mundo onde as pessoas cada vez menos se importam pelo que sentem umas pelas outras. Eu gosto mesmo é de gente pura, gente que erra, sente e se mostra. Gente de verdade, sem photoshop, sem sorriso forçado (afinal, de que adianta esconder a celulite ou fingir felicidade quando o que se mostra mesmo é a alma?).

O que eu vejo é uma inversão de valores que não me agrada e que por vezes me tira o prazer de viver a vida do meu jeito. Mas como eu não admito viver mediocremente pra agradar aos outros, eu continuo vivendo sem medo e sem pudor de andar com o coração aberto. Continuo me emocionando. Continuo errando. Continuo escrevendo. Continuo amando do meu jeito escancarado. Continuo amor.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O balé das nossas mãos
traduz o desejo de bailar
dos nossos corpos.


(que saudade do teu carinho!)